Tenho mil oportunidades para errar, para tentar acertar, para aprender e viver, mas não posso me dar ao luxo de erra dessa vez, não com essa pessoa! Sempre fomos muito amigos, e é exatamente por isso que tenho medo, é exatamente disso que tenho medo. Não queria que por causa de algo descoberto agora, nossa amizade se enfraquecesse, ou até mesmo acabasse. Uma coisa desse tipo não iria deixar impune nem à nossa amizade caso você não tentasse, nem ao menos, me compreender. Sei que é estranho, mas antes de qualquer coisa, tenta, pelo menos, escutar:
Sei bem que foi você um dos que me estendeu a mão quando estava isolada naquele planeta novo;
Sei bem que foi em você que confiei para confessar e desabafar coisas que não ouso com outros;
Sei bem que tem coisas que se entende, mas não se pode retribuir;
Sei bem que assim como há felicidade, há tristeza, que prefiro a verdade dura e pura à mentira bem camuflada, mas seja delicado, não faça expressões e trejeitos que me levem a crer que você irá me julgar de forma errada;
Sei bem que pode ser precipitação, engano de um coração, e até mesmo confusão, mas não faça pré-conceitos.
Até porque, coisas desse tipo sempre acontecem, não é verdade? E ainda podemos ser amigos depois disso, não podemos? Até porque, mesmo que seja eu a garota cheia de devaneios e sonhos surreais, posso apostar que você já teve também os seus momentos de utopia, e... A gente, cedo ou tarde, tem que ficar sabendo de algumas coisas que a vida não nos mostrou antes, não é mesmo? Porque amar alguém não é algo que está nos limites das escolhas humanas, está? E, amor não é algo que se pode escolher, é?